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A mostrar mensagens de outubro 15, 2017

Saudade de ver bons Filmes (XI)

...que só estreiam amanhã, mas que, graças ao 'milagre' da internet já vi e recomendo muito. É quase impossível ver este filme e não nos perdermos na trilogia " Antes do Amanhecer"  (Richard Linklater), que claramente influenciou Klinger, no estilo verborreico e romântico, ainda que tenha abdicado do mais comum e previsível final feliz. Saem Jesse e Celine, entram Jake e Mati. Saem  Julie Delpy  e  Ethan Hawke , entram  Lucie Lucas  e  Anton Yelchin (um actor que faleceu cedo demais, em Julho passado e que presta neste filme, o papel da sua curta vida .) Sai Viena, entra o Porto. Com produção do maravilhoso  Jim Jarmusch,  Klinger opta por não contar apenas a história do primeiro encontro do casal, mas todo o seu relacionamento, desde o encantamento ao desgaste. Através da competente montagem de Géraldine Mangenot e do próprio Gabe, o filme vai jogando com as emoções do espectador, ao embaralhar a história do casal.  É difícil não olhar para Yelchin c

Como se fosse escrita hoje...

"Um regulamento a favor do fogo" 12 de junho de 1972 "Com a chegada do verão, destes grandes calores que tornaram as matas e os pinhais inflamáveis como estopa, é certo e sabido que começam por esse país fora os incêndios. Devoram as encostas das serras, deixam-nas negras, despidas, terras de desolação onde, por muitos anos, se erguerão apenas os troncos queimados. Neste tempo se levantam inúmeras vozes a pedir proteção para o nosso património florestal, já de si tão escasso.  A vulnerabilidade das nossas matas, se bem pensamos nela, é, a toda a hora, um convite à ruína total. Depois o tempo refresca, vem a chuva, adia-se a catástrofe para o ano.  Na falta de um sistema de defesa eficiente, conta-se sempre com a dedicação e a ousadia das populações que, mal se ouve o sinal do fogo, correm montes e vales, gritando, ofegando, para irem atacar o incêndio, sem curarem de saber a quem pertencem as árvores que as chamas vão furiosamente destruindo. Acudir ao fogo é obri

Olha a revolução aí à porta.

Excerto da minha participação na revista Piolho #23 de Outubro de 2017. Ainda estou vivo e escrevo contra. (...) Mas são mais os que no levantar de um dedo, até tomam o medo de assalto, antes que o medo lhes sinta o cheiro, e sem apelo nem agravo, de repente senhores, de repente, o mundo é outro, e deixa de ser igual. E vocês aí em baixo, não choreis nem uma lágrima, pois que isto aqui não é nenhuma afronta, este fogo que hoje vereis, cortará o medo dos pés até à ponta, tremendo a terra e iluminando o céu, fará saltar a chama maior do alvoroço. Movendo ombros juntos, palpitantes, asas abertas, algumas, no exílio do rectângulo deste corpo, a maioria, resistentes, nos braços do país que é teu e meu, que é nosso! (...)