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Mensagens

A mostrar mensagens de abril 19, 2015

As estrelas também envelhecem.

Que tal mordermos a bala?

Quando uma teoria se revela falsa, cai em desuso e já não interessa a ninguém, ganhamos uma compreensão e inteligência de nós próprios e dos outros através do conhecimento observado. A filosofia vigente e a salvação da mente humana, no convencimento geral de como pensamos, mantém-se em estado de problema convencido, mas não resolvido. Somos demasiado estúpidos para atingir uma compreensão inteira do "fim da nossa existência". Somos covardes, e nesse caso, lidar com este problema, parece-nos tão inútil, que reviramos os olhos, e ignorámo-lo. Ora é precisamente isto que, a dado momento da nossa vida, nos atormenta tanto por nos considerarmos finitos, e termos tão presente aquela ideia da irreversibilidade da morte, que chega a ser a única consciência das nossas curtas vidas. Vivemos mal porque vivemos sabendo que um dia morreremos. O que nos parece irreparável não é nada inútil, de todo. Nenhum tempo está já todo contado, todo escrito. A ideia da irreversibilidade é quase

Breathing underwater

by Adeline Mai

Feliz às Quartas.

(...) Escreve quase todos os dias. Sobretudo no Inverno, disse-me um amigo comum. Onde eu vivo são lugares fora do mapa, muito isolados, e esta leitura foi como um bálsamo e uma inquietação. Primeiro, foi belo. Segundo, consegui identificar o referente fundamental da narrativa. Terceiro, e a partir daí, o texto andou por onde eu nunca estive, mas gostaria. Foi paixão garantida para mim. Muitas vezes, fez-se silêncio total, ainda maior que o habitual silêncio da minha aldeia, onde todos os cães e gatos pararam de mexer, à escuta. eu lia em voz alta e a aldeia parece que ouvia. Houve por aqui, tantas vezes, uma nostalgia tão forte, ou, mais raramente, expressões de uma tão negra tristeza, que me pareceu quase impossível prosseguir, mas, quase sempre a sua escrita é de tal modo ampla que só pode ser literatura, experiência literária. A vida e o pensamento normais, em suma, foram ficando para longe enquanto fui vivendo com o Humberto. E, naquele lugar plano, onde ele viv

Até a morte chora melhor do que eu e tu.

O telefone fixo toca sozinho, é o tipo dos seguros a vender-me paz de espírito da distância do outro lado da linha. Pode estar na Boavista, em Massamá ou em Bangalore, não faço ideia de onde virá aquela segurança toda. Daqui, e até quando puder pagar as prestações não preciso mais preocupar-me com a vida ou com a morte. Fico seguro e bem seguro. Disse-lhe que não queria. Nunca me fez tão pouco sentido a paz de espírito. Sinto-me tão sujo por já me sentir bem seguro, por ser branco, europeu e estar aqui sentado confortavelmente a escrever isto. Nem é daquelas sujidades boas que emergem de um rebuliço na palha com uma rapariga, de uma brincadeira no parque com as crianças, de um dia de trabalho honesto. Não, de todo. Sinto-me imundo sem ver jeito de me lavar por dentro. Quando inesperadamente o meu pai, cidadão nacional octagenário, bateu com a cabeça num muro de pedra, abrindo-a, houve um momento de pânico na família e durante horas ninguém foi capaz de reagir ou tentar um plano de

Concordas?

É proibido discordar? Não, mas discorde-se direito por favor, sem ironizar. Tem que haver cortesia na discórdia, respeito, entrega, discussão contínua que nos faça avançar. Proibido, proibido havia de ser aquele silêncio que só nos aceita para nos desprezar.