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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto 17, 2014

Trago-te escrita na Carne

No fim de contas, estereotipamo-nos diariamente uns aos outros, em vagos juízos, porque subconscientemente, colocar alguém dentro de uma caixa é a forma mais confortável de o digerir mentalmente. Fotos: Lauren Renner

Do injusto

A Tarefa "Morder o fruto amargo e não cuspir Mas avisar aos outros quanto é amargo, Cumprir o trato injusto e não falhar Mas avisar aos outros quanto é injusto, Sofrer o esquema falso e não ceder Mas avisar aos outros quanto é falso; Dizer também que são coisas mutáveis... E quando em muitos a noção pulsar - do amargo e injusto e falso por mudar - Então confiar à gente exausta o plano De um mundo novo e muito mais humano." Geir Campos

É mais ou menos isto

Os magníficos Cépticos

Há que se adorar os cépticos, esses personagens comuns desta comédia humana que todos conhecemos. Sempre atormentados, cheios de raiva, alguns até levados ao histerismo descontrolado, da sua própria linha dura, podem se tornar irascíveis em breves instâncias, mas, vistos à luz de um quotidiano anormal que não conseguem controlar, no fundo são abnóxios ao que os rodeia, fabulosos indivíduos inofensivos, que apenas gostam de falar muito e de usar muitos adjectivos naquilo que dizem. Não fazem mal a ninguém. Acabam todos num esquecimento inevitável, obcecados com um futuro que não creem, e só se atrevem a imaginar. Perturbadores e até hilariantes, por vezes, eles são incapazes de conter os seus próprios desejos falhados, explodem no verbo da sua crise constante, irrealizada, desconcertada pela falta de crença em tudo, até neles mesmos. Vêem doença, podridão e crise por todo o lado, em explosivos ambientes de constantes conspirações. O que é muito chato. Acontece que, se não existiss

Fazes-me feliz?

Negras terras longe de Deus e de tudo.

Santifique-se a ignorância, pelo amor de tudo! É o único caminho para longe da loucura. A pobreza espiritual chegou a níveis tão alarmantes, que qualquer pessimista feroz, é imediatamente escorraçado, ostracizado, repelido, esquecido ou eliminado da sociedade. Isto é tão gritantemente comum, que até chateia. - Schopenhauer chamou-lhe "a vontade", eu estou mais com o Darwin, e chamo-lhe "evolução da espécie". - Aquilo que se pretende como sensibilidade humana há muito que deixou de ser um dialecto comum. Puseram fim aos solilóquios profundos, e pensar tornou-se uma nódoa quando exposta a um público específico. No fim, ganham os mais fortes, até podem ser os alemães, ou os grupos de pressão mais numerosos, e, ainda que, no caso humano se descarte a sua característica mais relevante; a inteligência - a evolução, essa grande cabra insaciável, não se detem por nada, e ai de quem não se adapte, resta-lhe um só caminho: enfiar-se num saco e morrer. São sempre as

All Good

Piquenas estórias de amore II

João - Tu és tão parvo, vais acabar sozinho. Seja. Se é isso que queres é isso que tens, fica pr'aí a ser um menino trágico, a ver no que isso dá. Humberto - Continuo a ser teu amigo. João - Amigo? Claro! Eu faço o meu destino, enquanto tu esperas por ele. Esta amizade vai desencontrar-se nalgum lugar. Humberto - Ou nalgum tempo não achas, talvez até agora mesmo? João - És mesmo parvo! Humberto - Pois sou, mas os parvos também deviam poder ter amigos. João - Vai-te foder!

Poema 13

  Não retorno, ao percurso direito dos nossos caminhos, ao abrigo quente das nossas palavras desavindas. É o meu encontro diário, sem endereço, que neste peito os dias não se amarram com cordelinhos. Andam soltos, quais aves livres de distantes prisões infindas, poisadas no desvelo com que te meço. Não regresso, às marcas tristes da minha distância, a lonjura pesa-me na alma, mais que o mundo inteiro, e só quero voltar a adormecer em teus braços, naquele nosso amor anoitecido. Secretamente, não ponho um fim nesta errância, de vagabundo, fugitivo de qualquer brilho mais caseiro. Sim! Não quero voltar, ao mais perfeito momento, da mais perfeita loucura. Apetece-me esquecer o meu nome, e escrever para sempre "nós" e "fugir" e "amar" e relegar todas as pedras que não me fazem ser uma casa, todos os livros com palavras não desfolhadas, todas as mulheres que me envenenaram devagar. Cansei-me de golpes talhados em pó, de traze

A leitura posta a nu

Redenção

A Fórmula da Bondade

Não sei nada sobre o que fica por dizer, sobre fórmulas, sobre os arquitectos de futuros, amizades interesseiras e interessadas, ou sobre estas justas modernas que edificam uns e não outros. - Não os destróiem, atentem, que o desprezo é sempre muito mais eficaz, e certamente, muito mais doloroso para quem o sofre. A destruição até seria um oásis. - Não sei, porque não sei sequer o que esperar de mim próprio, quanto mais dos gostos de terceiros. Não sei, porque se não me deixam rir, acredito no dever de continuar a chorar, de ser piegas, queixinhas, o proverbial "calimério", de insistir, de reclamar. Acredito, mesmo que de nada me adiante. Ficar calado é que não. Ficar num canto obscuro a sorrir por tudo e por nada, reduz-me, não quero. E não quero ser optimista por fora quando por dentro a ebulição se entranha inexorável. Não, também não pode ser. Não quero ser um ratinho amestrado, ainda que nem me deixem ser alguma gloriosa fera indomável. Não posso! É certo que t