Até hoje pergunto a mim mesmo até que ponto aqueles dois sabiam que me estavam a dar um amuleto eterno, pois na realidade deveria ter-me desfeito dele nos meus anos vindouros de solidão entrincheirada. No entanto, ainda o conservo, poeirento e quase petrificado, porque desde que o carrego não voltou a faltar-me aquela mesma luz que descobri pela primeira vez naquele recreio. A professora, tão severa na aula, era também diferente aí. No recreio ensinava-nos o que não dizia lá dentro da sala e aqui era onde dava livre curso ao que na realidade teria querido nos ensinar.